A pandemia da covid-19 constitui um trauma coletivo que tem se elevado a categoria de trauma cultural. Experenciamos vivências extraordinárias provocadas pelas restrições associadas ao combate da pandemia, em que se viveu sob os termos: “quarentena”, “isolamento”, e “confinamento”.

Nesse quadro de alterações bruscas do tecido social, as mídias sociais converteram-se em espaços de conflitos de narrativas, negacionismo e desinformação. Porém, com igual intensidade, um movimento de resistência aflorou o compartilhamento e o endereçamento coletivo de narrativas testemunhais sobre nosso sofrimento, nossas perdas, nossas mortes. Vimos emergir inúmeras performances de memória em tempos de covid-19, todas envoltas entre o reconhecimento do luto, o desejo da materialização da despedida, a homenagem, a busca por justiça e o arquivamento do cotidiano pandêmico.

É com essa finalidade que o Fenômenos Memória Covid-19 existe: para mostrar as formas de memorialização e musealização das memórias traumáticas associadas a pandemia de covid-19.